Já podemos dizer que esse primeiro turno das eleições nos traz a derrota do que, em 2018, funcionou como uma onda e colocou no cenário nacional o populismo de direita em posição muito relevante. Uma das razões da derrota é, sem dúvida, o negacionismo da ciência no enfrentamento da pandemia, pois, pela mesma razão, os eleitores reconheceram quem trabalhou com seriedade para enfrentar o coronavírus.
A reação da extrema direita foi tentar desmoralizar nosso sistema eleitoral totalmente digital e ágil, como se percebe na estranha coincidência entre ataques hackers e as acusações de fraude contra o TSE, vindos de apoiadores de Bolsonaro.
A nossa resposta a essas tentativas de aviltar nossa democracia, desacreditando suas instituições e instrumentos, é lutar por mais democracia e contra o autoritarismo que tenta se consolidar entre nós, uma sociedade que há apenas algumas décadas conseguiu sair de um regime ditatorial.
No entanto, para dar uma resposta de forma consistente e efetiva aos ataques contra a democracia, temos que incluir em nossas análises a gravidade da crise econômica, social e ambiental. Nosso desafio tem dimensões muito grandes, pois cumpre também lidar com os impactos da pandemia em nosso sistema de saúde pública e sua sequelas e, para além disso, deixar como legado às próximas gerações um país que seja livre de autoritarismo e que, por isso, ofereça a possibilidade de vida digna a todos seus habitantes.
Estamos no caminho e fazendo nossa parte. É com satisfação que vejo que mesmo não tendo Fundo Partidário para manter nossas estruturas organizacionais modestas ao longo dos últimos dois anos, na quase totalidade dos estados brasileiros apresentamos candidaturas e nossas bandeiras partidárias que propõem novos paradigmas políticos e pleiteiam uma atenção especial para a agenda do século, que é a preocupação ambiental.
Do processo eleitoral saímos com 5 prefeitos eleitos e possibilidade de mais 2, um com uma solução judicial e ainda boas chances no segundo turno em Serra, onde Audifax Barcelos vem fazendo excelente trabalho. Elegemos 143 vereadores e, pela primeira vez, estamos presentes em Câmaras de quatro capitais do país, o que faz nossa visibilidade nos parlamentos municipais chegar às metrópoles.
Quero celebrar esses resultados e saudar os dirigentes nacionais, estaduais e municipais que trabalharam e construíram as bases organizacionais e políticas para essa vitória. Cada um em sua missão específica fez o esforço para que estejamos agora comemorando.
Quero saudar também os filiados e simpatizantes da REDE que participaram do nosso esforço eleitoral buscando votos das formas possíveis nesse quadro de pandemia.
Oferecemos ao Brasil a esperança de mandatos de pessoas de luta e de paz, com propósitos sinceros e um programa de trabalho que se direciona à construção do futuro sustentável que nosso país megadiverso em natureza e cultura merece.