Houve um tempo na história da humanidade em que a disputa entre as vontades, os conflitos, a tomada de decisões, dependiam de força física e o critério de vitória e derrota eram as fibras musculares e a potência vocal, ou seja, a capacidade de esmurrar e de gritar.
Desde que a humanidade passou a ser capaz de manejar, no convívio social e doméstico, princípios de justiça, valores, código de ética e habilidade de raciocinar de forma inteligente, passou a prevalecer o preparo intelectual, o conhecimento e a capacidade de construir argumentos, ter visão estratégica, um repertório cultural mais vasto. Os fortões, os duros, os explosivos, os violento e os exibicionismos de uma macheza tóxica perderam funcionalidade, valorização, apreciação.
Mas uma parte da humanidade teima em não cumprir o ciclo evolucionário, aplicar-se em cultivar justiça, respeito, civilidade, cortesia, elegância e desempenho intelectual mais refinado. A preguiça em acompanhar as conquistas comportamentais na convivência social se expressa no autoritarismo, na arrogância, no preconceito em relação aos que não são do mesmo gênero, da mesma etnia, da mesma faixa econômica, pela forma de racismo, misoginia e todo tipo de fobia que agride a existência do outro.
Na manhã de ontem, em um triste momento que trouxe ao século XXI os primórdios da humanidade em seu período de tacape e grosseria, uma mulher, profissional, no exercício de seu trabalho, foi atacada de forma vulgar, com insinuações de cunho sexual, pelo Presidente da República, em frente ao Palácio e não na porta de uma caverna.
Um ex-funcionário de uma empresa de despacho de mensagens em redes sociais teve a desfaçatez de desrespeitar o Congresso Nacional ao mentir em sessão de uma CPI de forma canalha fazendo uma acusação, sem provas, de assédio sexual por uma jornalista. Esse depoimento mentiroso foi utilizado pelo Presidente da República de forma acintosa e deselegante. Um presidente que se elegeu explorando ao máximo a vitimização em função de um episódio de violência física, o que o impediu de ganhar usando a fala, apresentando ideias, usando os produtos do intelecto.
Diante de tudo isso, as mulheres filiadas à Rede Sustentabilidade, através das Coordenadoras do Elo Mulheres Mary Cruz e Cristiana Almeida e da Porta Voz do partido, Lais Garcia, vem prestar solidariedade à jornalista Patrícia Campos Mello, encorajá-la a sentir-se fortalecida para continuar sua atuação profissional, que aliás teve papel fundamental na CPI que o Congresso instalou para investigar fake news durante a campanha eleitoral de 2018.
As mulheres são a metade da humanidade que não quer mais se calar diante da vilania, das agressões, do machismo e isso não tem volta. Todas as vezes em que esse machismo tóxico desonrar qualquer um dos nossos valores e as instituições de nossa cultura, nos levantaremos e diremos que nos repudiamos, sem trégua, sem descanso, se possibilidade de retorno às cavernas.
Brasília, 19 de fevereiro de 2020.
Lais Garcia – Porta-Voz Nacional
Mary Cruz e Cristiana Almeida – Coordenadoras do Elo Mulheres Nacional
Rede Sustentabilidade
As mulheres movem o mundo, de verdade! E atualmente, estamos tomando a frente, e isso parece assustar aqueles que desejam continuar na era das cavernas.
Vamos nos unir cada vez mais!
Estamos juntas. A União faz a Força! Viva a coragem das mulheres que nos representam! Me filiei hoje, depois de algum tempo de reflexão sobre a necessidade de fazer isso. Penso que é importante aumentar a massa crítica que apoia Marina Silva e outras mulheres que finalmente estão em cargos chaves e com grande visibilidade no governo Lula. Viva a resistência de Marina Silva e outras tantas companheiras!