Primeiro dia do 5º Congresso Nacional da REDE Sustentabilidade foi marcado por debates setoriais

Ampliar redes, tomar decisões a nível nacional, fortalecer a democracia e eleger a nova direção do partido para o próximo biênio. Esses são os principais objetivos do 5º Congresso Nacional da REDE Sustentabilidade, que começou nesta sexta-feira (14) e segue até domingo (16), em Brasília (DF). O encontro acontece a cada dois anos e é considerado o mais alto e importante recurso partidário de contribuição e decisão.

Heloísa Helena, porta-voz Nacional, durante a cerimônia de boas-vindas, defendeu junto aos participantes do congresso que, na REDE, um mandato não serve para esmagar ninguém. “Nós estamos aqui para servir a todos, a cada minoria, sem distinção de pessoas. E vamos fazer o possível e o impossível para ampliar a nossa bancada”, sustentou.

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, falou por vídeo, por estar participando da comitiva do presidente Lula em viagem à China. “A REDE vem dando grande contribuição ao debate nacional. Desejo que cada um de nós permaneça amadurecendo críticas e autocríticas, sempre com o propósito de um Brasil próspero, justo, democrático e sustentável. Pelo bom debate e bom combate, olho no olho, aprofundando as diferenças, mas com clareza de que o mais importante é fortalecer o nosso partido, para que ele continue vivo”, defendeu.

Centenas de membros do diretório nacional, delegadas e delegados eleitos nas Conferências Estaduais e Distrital, autoridades e filiados do partido estão na capital federal, integrando o congresso que tem na programação a pauta obrigatória do edital de convocação, encontros de setoriais e mesas de debate.

Ainda na abertura dos trabalhos, Wesley Diógenes, porta-voz Nacional juntamente com Heloísa Helena, reconheceu que a motivação da existência da REDE Sustentabilidade “são vocês, base do partido e sustentação desse trabalho”.

Deputado estadual pela Paraíba, Chió reforçou que é preciso fortalecer os mandatos da REDE, “porque é isso que vai inspirar outras pessoas a virem para o partido e, assim, poderemos eleger mais representantes. Com amor vamos conquistar ainda mais”. Em concordância, Ricardo Galvão, atual presidente do CNPq, declarou que os representantes da REDE foram eleitos para criar uma nova situação no país.

Para Túlio Gadelha, jurista, professor e deputado federal reeleito por Pernambuco, a REDE é um partido que elabora tese, faz debate, tem militância e não tem dono. “Todos nós queremos chegar ao mesmo lugar, construindo caminhos para acabar com as mazelas que foram deixadas pelo último governo. Política não é só voto. A gente tem que construir o partido nos movimentos de base, visitando as cidades e conscientizando as pessoas politicamente. Não existe partido sem discussão profunda e esse é o partido que eu vejo sendo construído aqui”, afirmou.

Também participaram da cerimônia de boas vindas Juliano Medeiros, presidente nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e Márcio Cabreira, membro da executiva nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Por vídeo, participaram Carlos Lupi, ministro da Previdência Social e presidente nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT), e Gleisi Hoffmann, deputada federal pelo Paraná e presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).

Encontro Nacional de Mulheres

Como parte da programação, a conferência realizou o 5º Encontro Nacional de Mulheres da REDE Sustentabilidade, que reuniu dezenas de representantes das cinco regiões brasileiras para uma reflexão sobre a participação feminina em espaços de poder, liderando movimentos globais na defesa de direitos e na busca de maior participação na política.

Coordenadora Nacional do Elo Mulheres, Mary Cruz, declarou que, nesse momento de reconstrução da democracia, as mulheres são protagonistas da resistência. “Só nós podemos falar sobre nossas dores e nossos amores”, sustentou. Companheira na coordenação nacional, Cristiana Almeida defendeu que a REDE oportuniza mulheres. “Estamos rodeadas de mulheres muito fortes. Aqui, nós estamos nas mesas de negociação e nos espaços de decisão. Precisamos nos fortalecer, com amor, porque somos a maioria da população e do eleitorado”, acrescentou.

Ana Paula Siqueira, deputada estadual pelo estado de Minas Gerais, complementou que as mulheres também podem estar nos conselhos e nas associações de bairro. “Nós temos que ser quem somos, maduras o suficiente para discutir ideias e mostrar caminhos, sem a necessidade de romper com o que a gente tanto deseja: espírito de sororidade”, pontuou.

Também representante do poder legislativo, Marina Helou, concordou, dizendo que a política se constrói junto. A deputada de São Paulo apresentou três motivos pelos quais é importante ter mais mulheres na política. “Em primeiro lugar, porque representatividade importa. Em segundo, porque as nossas pautas importam. Por fim, em terceiro lugar, é melhor pra todo mundo ter mais mulheres na política do nosso Brasil”, elencou.

Na expectativa do sucesso do debate, ao longo dos três dias de evento, Meirinha, do município de Irecê (BA) e diretora do elo estadual, falou que essa ocupação de espaço é legítima. “Pretendo sair deste congresso com o princípio da cultura e sentimento de paz, que a REDE Sustentabilidade traz no DNA, na certeza do alinhamento e fortalecimento da democracia”, disse. Ao final do encontro, houve eleição do Círculo Nacional de Mulheres.

Elos setoriais

O primeiro dia do 5º Congresso Nacional da REDE Sustentabilidade também contou com espaços temáticos, onde representantes dos elos setoriais puderam dialogar sobre assuntos pertinentes a cada pauta, como juventude, negritude, LGBTQIA+, educação, saúde, indígena, animal e sindical.

Victor Lopes, 21 anos, viajou mais de mil quilômetros para participar da conferência. O jovem de São Paulo participa da juventude estadual e, juntamente com os porta-vozes, esteve no elo setorial do tema para discutir um planejamento de ações para crescimento da REDE nos próximos anos. “Vim para entender como a gente pode tirar do papel e colocar em prática, para que o partido cresça a nível nacional”, explicou.

Na mesma caravana, Luíza Moura, de 20 anos de idade, acredita na luta socioambiental e climática, na luta anti-racista, anti-machista e que a juventude tem encabeçado lutas sociais. “Nós somos porta-vozes e podemos contribuir para o crescimento de pautas dentro dos partidos, além da construção de políticas públicas, pensando em um futuro mais justo, mais sustentável e mais democrático”, declarou.

Representando o nordeste brasileiro, Tiago Barros, um jovem professor e historiador, viajou de Várzea do Poço (BA) até Brasília (DF), porque acredita que a conferência é um momento de fortalecer a democracia que esteve abalada nos últimos quatro anos. “Este encontro é uma reunião da diversidade. É um misto de visões e de pensamentos. A REDE é isso: um emaranhado de pessoas diferentes, que podem debater de igual pra igual, com diálogo próximo às grandes lideranças. Mesmo nas diferenças, há convergência. O consenso sempre acaba reinando e dando fortaleza ao nosso partido”, afirmou.

A programação do elo setorial da juventude contou com debates sobre os dez anos de políticas públicas para os jovens, a exposição da tese ‘Comida, trabalho e sustentabilidade para reerguer o Brasil’ e uma mesa que discutiu o movimento estudantil no país.

Da mesma forma, o elo setorial da negritude deliberou temas próprios. Para Alice Gabino, natural de Pernambuco e dirigente do elo nacional, o congresso traz o desafio de fazer a REDE enxergar sua cor. “Esse é o debate central do Elo Rede Negra, que hoje está retomando as atividades, num processo de aquilombamento da REDE Sustentabilidade. Foi amplo o debate entre pessoas pretas e pardas e a gente entendeu que a política pública que a gente tem que oferecer precisa de cor. O povo preto precisa começar a construir a sua visibilidade e as políticas que o partido vai colocar para a sociedade”, assegurou.

Junto com Alice, no elo negritude, estava Miranda Gomes, que correu para também participar do elo LGBTQIA+. Miranda, professora, reside no Distrito Federal e é coordenadora regional de movimentos sociais. Segundo ela, a construção dessa identidade sofre ataques todos os dias. “É por meio da educação que eu acredito que esse desenvolvimento dentro do partido vai acontecer, com mais respeito às pessoas LGBT, pessoas negras, indígenas, pensando que todos estamos em todos os lugares”, declarou.

Nessa mesma força, estava Aniely Mirtes, porta-voz municipal de João Pessoa (PB) e coordenadora nacional do elo LGBT. Ela resumiu as deliberações, explicando que foi possível discutir avanços e desafios, além de aprofundar uma tese aprovada pelo estado de SP. “Esse documento fala sobre a importância das candidaturas LGBT para o partido, então colocamos a aprovação e a efetivação dessa tese como encaminhamento para o debate nacional”, disse.

“Nossa pauta abrange várias outras causas. Por isso é muito importante entendermos que a causa LGBT não é uma causa própria, mas sim, algo que versa sobre respeito pleno a todos os direitos de cidadania. O que as pessoas LGBT querem é equidade e oportunidade de maneira equitativa e respeito aos direitos civis”, ponderou Aniely.

Segundo dia

Para o segundo dia de evento estão previstas as seguintes mesas de debate:

  • Fortalecimento da Frente Ampla no Brasil: o papel da REDE Sustentabilidade na construção do campo progressista e democrático;
  • Os mandatos no executivo como instrumento importante de implementar a sustentabilidade nas políticas públicas: a implantação dos ODS nos municípios como política pública sustentável;
  • O mandato da REDE no legislativo como instrumento importante de mudança e de integração da REDE com movimentos sociais;
  • Estratégia e planejamento para eleições 2024;
  • Cenário internacional, América Latina e partidos políticos aliados da REDE Sustentabilidade;
  • As ações da REDE Sustentabilidade no combate ao racismo ambiental e no enfrentamento das mudanças climáticas.

Assessoria de Comunicação

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